A Microsoft Informática (empresa portuguesa) coloca hoje à venda o seu negócio e marca por um milhão de dólares (cerca de 700 mil euros). Durante uma semana, a empresa portuguesa – que nunca vendeu o nome à multinacional norte-americana -, espera por propostas, mas pode ou não aceitar a venda em leilão no site eBay.
A empresa é a única que legalmente pode usar o nome de Microsoft em Portugal. O nome foi registado em 1981, enquanto a subsidiária da Microsoft Corporation apenas se instalou no nosso país em 1990. Por essa razão, a multinacional norte-americana teve de optar pelo registo de MSFT – a sigla usada na bolsa dos EUA.
Chegaram a existir conversações para a aquisição do nome da empresa nacional, mas nunca chegaram a bom termo. A história é antiga e foi sempre gerida com alguma discrição. Na quinta-feira, Carmo Só, responsável pelos contactos com a imprensa, esclareceu que "a Microsoft não faz comentários".
Agora, a Microsoft Informática vai ceder o nome a quem pagar um milhão de dólares, depois de ter avisado a MSFT "por cortesia", explica Ricardo Carvalho, CEO da empresa. "O nome é nosso" e "quem está em falta é a MSFT, que não pode chamar-se Microsoft Portugal", apesar das duas palavras ainda serem visíveis no sítio Web da MSFT.
A confusão entre o nome das empresas nunca foi fácil para a Microsoft Informática. A par dos inúmeros telefonemas realizados por engano para a empresa à procura da subsidiária norte-americana, houve ainda processos em tribunal. Houve um contra a Portugal Telecom "por não constar o nome da empresa" nas listas telefónicas, assegura Ricardo Carvalho.
As aproximações entre ambas as empresas também se revelaram infrutíferas. No passado, chegou a haver negociações e constou que o preço pedido era muito alto. Nessa altura, "eu não pedi nada, a MSFT é que avançou com um valor e eu respondi que não" estava interessado, lembra aquele responsável.
A "janela de oportunidade" do leilão é justificada pela aproximação do fim do ano, quando as empresas fecham contas e ajustam os investimentos para o ano seguinte, mas também por um mercado informático em evolução, onde a Microsoft já tem concorrência nos sistemas operativos, como o Linux, reconhece Ricardo Carvalho.
Os funcionários da Microsoft Informática – todos avençados – serão integrados em outras empresas do grupo The Audiovisual Company, em que se contam empresas como a ActionMedia, SanioCópia ou ActivPower, que fornecem equipamentos e serviços para a banca, sector público ou serviços e comércio.
in DN Online
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