Estão as redes sociais a mudar o nosso cérebro?

O Facebook e o Twitter estão a mudar a forma como pensamos. Ao que parece, literalmente. Uma prestigiada neurologista britânica diz que os efeitos culturais e psicológicos das relações online vão mudar o cérebro das próximas gerações: menos capacidade de concentração, mais egoísmo e dificuldade de simpatizar com os outros e uma identidade mais frágil são algumas das consequências que Susan Greenfield antecipa.

O alerta da especialista surge na mesma semana em que foi divulgado que Portugal é o terceiro país europeu que mais utiliza as redes sociais na Internet – de acordo com a Marktest, só em Março passado, os portugueses dedicaram quatro milhões de horas a estes sites. “Uma geração que cresce com novas tecnologias e num ambiente cultural diverso vai ser naturalmente diferente: da forma como processa os pensamentos, à moral e comportamentos”, concorda o neurologista Lopes Lima. No entanto, será uma geração mais adaptada às circunstâncias actuais – “faz parte da evolução humana”, diz.

Também o psiquiatra Álvaro de Carvalho considera que é inevitável que esta adesão às redes sociais e ás novas formas de comunicar “induza uma forma de funcionamento mental diferente: que tem aspectos negativos, mas também positivos.”. Na Câmara dos Lordes inglesa, Susan Greenfield salientou os negativos: a directora do reputado Royal Institution of Great Britain acredita que a exposição das crianças à rapidez da comunicação pode acostumar o cérebro a trabalhar em escalas de tempo muito curtas e aumentar as distúrbios de défices de atenção. Além disso, salienta a preferência pelas recompensas imediatas, ligada às áreas do cérebro que também estão envolvidas na dependência de drogas.

“Há o risco de não valorizar aspectos da vida que não são atractivos no imediato, enquanto se vai mais atrás do prazer rápido”, concorda Álvaro de Carvalho. “Nas crianças, aquilo que é óbvio é que as novas formas de comunicação, menos presenciais, criam um modelo de interacção menos humanizado, muito menos rico a nível emocional, já que a capacidade de sentir o outro é limitada”, diz o psiquiatra.

Ou seja, a capacidade de desenvolver empatia pelos outros também pode ser afectada. Esta mudança preocupa o neuropsicólogo Manuel Domingos. “Há pessoas que privilegiam a conversa atrás do teclado, onde podem ficar escondidas”, diz. Por isso, apesar de aparentemente facilitar a comunicação, acaba por a simplificar de mais, argumenta.

Para Álvaro de Carvalho, neste momento, ainda estamos a assistir à implementação de um novo modelo e por isso há muita especulação. “Há mais perguntas que respostas”, reconhece o psiquiatra.

in DN Online

Nada disto é propriamente novidade, mas que se pode tornar (ou já se tornou?! 🙄 ) uma ‘epidemia’ das sociedade modernas, isso é preocupante! 😯

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10 pensamentos sobre “Estão as redes sociais a mudar o nosso cérebro?

  1. Cada vez mais as redes sociais tão se a tornar uma “epidemia”.
    E sinceramente acho triste, que as pessoas só reparem no perigo do vicio das redes sociais; só quando aparece alguem que tenha feito um estudo e tenha “notado isso”… -_-
    Não me admirava nada que num futuro proximo sejamos considerados estranhos por termos o habito de sairmos para ir beber um cafe. Estar numa esplanada e beber uns copos e ver quem passa…

  2. Eu concordo com isto…
    Está cada vez pior.
    As pessoas passam a estudar em frente aos PCs (ou pelo menos, tentam – alguns conseguem)… mas é todo um processo que causa distracção e outras coisas mais graves.

    É o lado mau das tecnologias. 😕

  3. acho que não vou ser assassinado por alguem numa balada virtual. e meus amigos que desgostarem de mim, simplesmente vão sumir sem alarde nem cenas ridiculas. estou aprovando o novo modelo.

  4. É bem preocupante mesmo, uma pesquisa parecida mostrou que o Msn diminui o contato dos jovens com o mundo real, nas agiliza outras capacidades como a da tomada de decisão e raciocínio.
    Tudo que é excessivo é ruim, talvez se usado com moderação as redes sociais não causem tantos danos.

  5. Muito interessante a pesquisa! Mas aí vem a consciência dos usuários dos sites de relacionamento. Será que sabemos ao certo limitar o virtual do real? É inegável a rapidez e as facilidades trazidas pela internet em geral, mas é interessante dosar o uso e perceber que as relações reais nunca deixarão de ser importantes e necessárias, afinal, ninguém deixará de ser humano. Ou deixará?!

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